
ANISTIA
Eu entendo a dor dos torturados,
mas não a motivação intrínseca
do torturador.
A necessidade de mostrar que é macho?
a vontade de mostrar que é forte?
ou a fraqueza de sua própria dor?
Qual a dignidade dos que ferem
quem está dominado
e não tem meios reagir?
A obediência ao superior hierárquico?
A visão de um mundo (de que?) libertado?
A coação irresistível do dever a cumprir?
Que coragem é esta de matar um morto,
de castigar alguém que é menos que uma criança?
É mesmo coragem,
É mesmo dignidade,
ou o mais lídimo exemplo da desesperança?
Tu, que torturaste há 30 anos,
o que estás sentindo agora?
A morte cada vez mais perto,
a vida caminhando embora.
Tens pelo menos a capacidade do remorso?
Mas como terás a consciência calma?
A anistia que recebeste um dia
Não alforria a tua própria alma!
3 comentários:
Gostei muito do seu poema e o usei para uma apresentação na minha faculdade de Direito. Está de parabéns. Poema forte e inteligente!
Gostei muito do seu poema. Usei-o para uma apresentação na faculdade de Direito. Texto forte e inteligente! Parabéns!
Gostei muito do seu poema. Usei-o para uma apresentação na faculdade de Direito. Texto forte e inteligente! Parabéns!
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