(Canto III: modo antico, adagio lamentoso)
Amarga é a saudade de quem espera reencontrar
quem nunca encontrou!
Sou eu a revisitar a quem nunca visitei,
a quem esqueci de esquecer e me esqueceu,
alguém que eu não perdi mas nunca achei.
Sou eu a recantar uma canção que nunca cantei,
a reescrever este verso que nunca escrevi,
a dialogar com fantasmas que exorcizei...
...a abraçar um vazio pleno de ti...
(Ah! que equação irracional
a despedida assim, sem se despedir:
partir sem sair do lugar;
ficar, e ao mesmo tempo, partir).
Saíste da minha vida sem sair
que nem sei como algum dia voltarás.
Busco em mim e só encontro a ti,
a mim procuro e não encontro nada
(não sei aonde foi que me perdi).
Talvez um dia eu encontre em ti
fragmentos da minha alma espedaçada!