10/01/2008

UM FOTOTESTE...



Para salientar meu imenso sentimento de pura brasilidade vou aprioristicamente refugando responsabilidades. Sou muito volúvel. Se não fosse a Cora Rónai elogiar o Picasa e o Damião postar os seus fototestes, juro que não faria esta – digamos – rateada. Primeiro porque não é bem o meu estilo. Segundo porque não ganho tanto quanto o Ratinho para exibir esse tipo de apelação. Definitivamente, não é minha culpa.

O Picasa eu tinha acessado antes, no Blogspot. Baixei-o e o instalei, mas como sou inseguro com novidades, desinstalei antes de usar. Depois que a Cora, uma especialista, o abençoou, reinstalei-o e concluí que é realmente um ótimo programa. Andou, numa tarde de vento minuano, misturando pastas, tive que desinstalá-lo e reinstalá-lo, mas não alterou os arquivos de imagens do HD.

Com ele descobri fotos que jamais supunha existir.

Essa aí em cima, por exemplo.

Primeiro pensei que tivesse sido plantada no meu micro por algum site de pornografia, mas é muito pudica para isto. E verificando pelo nome do arquivo percebi que foi batida pela minha semi-aposentada Mavica, no Espírito Santo. O número de seqüência é uma prova irrefutável.

Mas não sei quem a bateu.

A Ieda não foi. Eu também não.

O Francisco jura de pés juntos que não foi ele. Como a foto abaixo é dos seus próprios pés (dele) e se consegue visualizá-los, suponho que está sendo sincero.
Mas isto não importa. Alguém bateu e ela esta aí.

Por isto aproveito para propor um fototeste, como faz o Damião com as fotos antigas de Florianópolis. Mas com direito a prêmio...

Aquela que se reconhecer e se identificar como sendo a fotografada ganhará uma caixa de chocolates de Gramado, igual à que enviei para a
Tell.

A comprovação tem que ser convincente. Como tenho falado muito em familiares, por estes dias, fica vedada a participação dos mesmos. Aqui o censor sou eu. Pelo menos aqui. Não conheço todas as bundas da família, embora as conheça mais que a minha, cujo acesso visual é uma impossibilidade física (e quando a vejo no espelho a imagem é invertida), mas tenho certeza de que não é familiar.


Uma dica: pela seqüência dos nomes dos arquivos as duas fotos foram batidas em Guarapari-ES, defronte à Cantina do Curuca, em setembro de 2003.



Publicada originalmente no Jus Sperniandi,
em 27/10/2004.

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06/01/2008

OS CARDEAIS

Elton Saldanha



Não chora menina, não chora
porque foram-se os cardeais.
Se cantavam na prisão
campo afora cantam mais.

Tanta gente anda vagando
sem saber onde pousar,
mas as aves só voando
é que podem se encontrar.

Você ainda não sabe
o que cabe nessa paz:
quando a gente abre as asas
nunca mais, nunca mais.


Era tão triste, menina,
não tinha aceno este cais.
Na despedida eram dois,
depois, depois serão mais.

A gaiola abriu as asas,
porque até a prisão se trai,
e o campo se fez casa
para o canto dos cardeais.

Você ainda não sabe
o que cabe nessa paz:
quando a gente abre as asas
nunca mais, nunca mais.


Tinham as asas de punhais
e levavam os olhos em brasa.
É por isso que estes pássaros
sempre fogem e voltam pra casa.
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