20/12/2008

E-MAILS INDESEJADOS...

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Sinto-me tão constrangido por não ter respondido a alguns e-mails que recebi ultimamente, que vou fazê-lo aqui, para me penitenciar e pedir desculpas publicamente.

Ao Fernando, que tem reiteradamente enviado um anunciando fotos de orgias em festas universitárias. Desculpe, Fernando, nunca tive muita vocação para voyeur e essas fotos não me interessam. Você não disse, mas é possível que sua irmã, ou você mesmo, estejam participando e eu me sentiria um pouco envergonhado em ver o desempenho de vocês. Se eu quiser vou à locadora mais próxima e alugo um filme pornô que certamente será mais interessante que suas fotos. Mande essas aí para sua querida mamãe para que ela saiba o que filho o dela está fazendo. Se ela participou da festinha, desculpe. Eu não sabia. Mande, então, para sua vovó.

À Carlla Lima (assim, duplo l) que me enviou alguns cartões de amor. Puxa, fico lisonjeado sabendo que você me ama. Hoje em dia são poucos os homens que podem dizer: eu tenho certeza de que sou amado. Mas você falou em uma foto batida no tempo do colegial, embaixo de uma árvore, e estava em dúvidas sobre qual seria eu...

Puxa! Isto é amor? Você me ama e vendo uma foto do nosso passado nem recorda mais de mim? Acho que você está enganada. Você não lembra? Quando eles bateram aquela foto nós estávamos atrás de outra árvore e você... Deixa pra lá.

Ou eu que me engano. A partir do fim do segundo ano do magistério comecei a namorar a Ieda. Sempre fui muito precoce, sabe, e casei com 19 anos e ainda convivemos. No meu fibrilado coração só cabe ela que me suporta há tanto tempo que nem vou dizer aqui para não lhe dar a mínima esperança.

Vamos convir: é muito tarde para tentar reavivar um amor que eu não lembro de um curso que eu não freqüentei e em razão de uma foto não batida debaixo de uma árvore sob a qual nunca estive. E olha que em Taió há árvores lindíssimas, mas você nunca ouviu falar de Taió, ouviu?

A doutora Kimberly me manda e-mails em Inglês. Está preocupada com minha saúde em geral e minha virilidade em particular, porque, entre outras drogas, me oferece Viagra a preços que diz convidativos.

Doutora: agradeço, sensibilizado, sua preocupação, mas sou fibrilado e não consultei meu cardiologista sobre se posso ou não tomar Viagra. Sei que os hipertensos não podem, mas este não é o meu caso. Além disso, a senhora é a primeira a reclamar. Quando as reclamações partirem da Ieda vou pensar no assunto.

O Rodrigo Herndon também está preocupado com aspectos de minha sexualidade. Anuncia uma sensacional revolução na Medicina pela qual eu posso aumentar o meu pênis em até 10 cm através de uma solução herbácea sem efeito colateral e de resultados 100% garantidos. Que que é isto, Rodrigo? Porque esse interesse todo? Não tem outra coisa a reclamar da vida? Tenho certeza que não o conheço. Não somos tão íntimos para você se achegar como se conhecesse detalhes de minha anatomia e estivesse descontente com eles.

Vale para você a última parte da resposta que dei para a Doutora Kimberly.




Publicado originalmente no blog Jus Sperniandi,
em 11/11/2005
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