25/11/2007

DETESTO EM FILMES

Partos explícitos com mulheres berrando. Na vida real nem todas gritam. Não sei por que a maioria dos diretores acha criativo inserir este tipo de cena em seus filmes. Já foi criativo uma vez. Hoje é banal e irritante. O pior é quando a criança nasce com as feições de quem tem um ano de idade, pele lisinha e cor normal, quando se sabe que elas nascem feias, vermelhas e enrugadas. Em alguns casos tem-se a impressão de que se o parteiro não cuidar o recém-nascido sai saltitando ventre afora.

Em documentários cansei de cenas de predação de animais mais fortes por mais fracos, ainda que justificadas pela lei da sobrevivência e pelo equilíbrio ecológico. Tornaram-se banais, são carnificinas, e às vezes sem sentido no contexto em que veiculadas. Se o leão mata o veado e a hiena se aproveita dos restos e os corvos dos restos dos restos e isto faz parte da lei de sobrevivênvia, tudo bem. É assim mesmo. Mas mostrar todos os dias chateia!

Também não gosto de certos exageros nos filmes que abordam o nazismo. Foi uma página negra na história mas há que se levar em conta que, apesar de toda a lavagem cerebral aplicada por Hitler e seus asseclas, havia oposição na Alemanha e nem todos os alemães aprovavam a política do ditador. O pior é quando, mesmo nos filmes sérios, caricaturizam esse povo que já pagou por seus erros e é um dos mais cultos do mundo, que nos deu Bach, Mozart, Beethoven, Brahms, para ficar só no campo da Música.

Estão agora criticando um filme que exibe Hitler acariciando animais e atencioso com crianças. Não há nada demais. Se ele fosse bandido desde pequeno não teria chegado onde chegou. Só no Brasil é que quem já foi condenado pode voltar a concorrer em eleições, mesmo pendente contra ele ordem de prisão. Aliás, entre 3 e 5 anos de idade Hitler devia ser uma gracinha, como qualquer criança. Depois é que veio a insanidade. Além disto, conheço muita gente que chama cachorro de filho e filho de cachorro e que é considerada boníssima...

Não gosto de cenas de sexo sobre a mesa ou o balcão da cozinha. Que mau gosto! Sem contar o perigo de alguém machucar-se numa faca, espetar-se num garfo, lambuzar-se de catchup ou mostarda, levar um choque na torneira elétrica, queimar-se numa das bocas do fogão ainda quente... Porque essas cenas ocorrem sempre com avidez, com pressa, com sofreguidão. Não deve ser agradável passar a mão numa bunda suja de água de louça ou ensebada de margarina.

Não posso deixar de fazer uma comparação. Hoje, mesmo as mulheres que transam a cada minuto num filme nunca engravidam. Antigamente um beijo engravidava. Viva a pílula!

Também não gosto de crianças fazendo papel de adultos ou de adultos fazendo papel de crianças. Não há nada mais ridículo do que um guri almofadinha, de óculos, terno e gravata, imitando um executivo.



Publicado originalmente no blog Jus Sperniandi,
em 21/09/2004.

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