12/09/2007

A Busca do Tempo Anterior

(Canto II: Agitato, speranzoso)







Atropelam minha cabeça pesadelos revoltos
como pássaros confusos.
Desaninhados.

Nada sei de ti, que amei sempre
num silêncio agitado e inquieto,
num refolho cardíaco
que nem a fibrilação espanta...

Nada faço senão esperar,
cultivando a saudade de alguém que foi embora
mas de mim jamais saiu.

Mas vou te encontrar um dia
– eu prometo! –
e abraçar-te, quieto,
suavemente aconchegar-te,
aconchegar-me:
seremos duas almas serenas,
silenciosas,
relembrando vidas passadas.

Será que algum dia existimos?
Ou fomos sombras sem figura que passamos?

Espantalho dos pássaros furiosos,
voltarei a vigiar, depois,
reconfortado,
a saudade de um abraço eterno
que eu guardei para ti
por trinta séculos.





Poesia publicada no Caderno de Literatura do Projeto DivulgaArte,
da AJURIS, em junho de 1999,
e no blog
Jus Sperniandi em 15/07/2004

3 comentários:

Anônimo disse...

E eu já publiquei esta maravilha, com a aquarela da Ieda e tudo o mais, nos Plátanus. Lembra?
Muito lindo! De verdade.
bjos

margusta disse...

Boa noite caro Ilton,
...Adorei o seu poema!..
É simplesmente Maravilhoso!...
E tem razão no fundo transmite o mesmo sentimento que o meu.

Deixo-lhe um beijo..até outro momento!

margusta disse...

De quem são as pinturas no blog que indica?

São Maravilhosas!!!