22/08/2007

AMA DOR

Esta poesia obteve o 3.º lugar no Concurso de Poesia "Prof. Ângelo Magrini Lisa", da Associação dos Escritores de Bragança Paulista, em 1999.



Não sei como pude me envolver contigo,
uma profissional do amor.
Eu,
um amador!

Vieste a mim procurando teu outro eu
quando nem eu mesmo sei quem sou.

E me achaste
e mais eu do que eu sou
te tornaste.

(Que resultados querias,
dessa simbiose insolente?
Dessa cruza de rã com serpente?)

E agora?
Onde vou me encontrar
se nem mesmo sei quem és,
nem nunca soube quem sou?

Vieste a mim procurando teu outro eu
e levaste contigo a minha melhor parte.

Do que fui, do que foste, do que fomos,
nada sou, nada sei.

Nem sei
— nos largos caminhos da loucura —
como terminar este poema,
onde iniciar minha procura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Criatura. Tu estavas escondendo este talento enorme. Sempre me disseste que não comentavas poesias por não entender sobre elas.
Imagina se entendesse, hein?
Sensacional! Sem média alguma. Merecidamente foi premiada pela ASES, que relaciono entre os organizadores de concursos respeitados e de categoria no Brasil.
Sabe que teve uma parte, ali, no poema, que lembrou-me Manoel de Barros. Tu conheces o estilo de poesia dele?
A parte que falo é (Que resultados querias,
dessa simbiose insolente?
Dessa cruza de rã com serpente?)
Toda a poesia é muito bem feita e digna de constar junto aos melhores.
Nunca pensaste em lançar um livro?
Abraços e parabéns,MESSSSSSSMOOOO!!!